Autismo e a alimentação

Por: Luciana Gaya 7 de fevereiro de 2023

 O que é e quais são as características do autismo?

O tratamento de quem tem TEA é feito de maneira multidisciplinar, e por tratar-se de alta complexidade, o apoio dos profissionais de saúde como médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, pedagogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicopedagogos e nutricionistas podem ser necessários.

No autismo existem características que necessitam de atenção, acompanhamento e intervenção nutricional que são:  inflamação intestinal, sintomas gastrintestinais, anormalidades metabólicas e desequilíbrio imunológico. 

Como num ciclo vicioso, alergias alimentares e má absorção de nutrientes levam a inflamação intestinal que associadas a maior permeabilidade intestinal, levam a mais alergias e má absorção.  

Como deve ser a alimentação para autismo? 

Pode e deve ser adotada uma dieta de acordo com o paciente que possui TEA, após testes e investigações que indiquem as melhores recomendações. De forma geral, a dieta SGSC que aplica uma alimentação na qual são retirados todos os alimentos que contenham glúten (farinha de trigo, cevada e centeio) assim como alimentos que contenham caseína (proteína presente no leite e nos derivados). 

“Então é só cortar o glúten e a lactose, Nutri?” Não. A aplicação da dieta é eficaz quando existe alergia alimentar a caseína (proteína do leite) e intolerância a lactose (açúcar do leite), que levam a inflamação intestinal. Acresce, ainda, que a digestão do glúten e da caseína incompleta, devido a maior permeabilidade intestinal, promovem a geração de excesso de opiáceos levando a uma série de comportamentos inadequados e irritabilidade do paciente.   

Por que a restrição de alimentos com caseína e glúten? 

A dieta GFCF, no caso do autista, é porque ele apresenta maior permeabilidade intestinal do que as outras pessoas, que permite que os peptídeos do glúten e da caseína (peptídeos são as moléculas que formam as proteínas, e no caso do glúten e da caseína são grandes) atravessem a barreira intestinal com facilidade e cheguem ao cérebro atuando como opioide, o que justifica alguns comportamentos de dependência e sua retirada, conforme algumas pesquisas demonstram, apresentem crises de abstinência. 

Existe o período de adaptação em que os sintomas podem ser agravados e são variados, e após esse período é possível observar a melhora do paciente. 

Os alimentos que devem ser excluídos devido a presença de glúten são:

Alimentos que sejam feitos a partir de cevada, centeio e trigo como pães, bolos, salgados, biscoitos, tortas em geral, macarrão, pizza, gérmen de trigo, ketchup, maionese, molho shoyu, salsichas, cereais e muitos alimentos industrializados.

A legislação brasileira exige que os alimentos que contêm glúten tenham uma sinalização com a informação. Leia o rótulo.

Os alimentos que possuem caseína são os lácteos, por tratar-se da proteína do leite, como: Leite, queijo, iogurte, creme de leite, coalhada, requeijão e todos os alimentos que utilizam esses ingredientes, como pizza, bolo, sorvete, biscoito e molhos.

Toda dieta precisa de equilíbrio, sendo assim, a restrição de ingestão de produtos lácteos implica no aumento de consumo de outros alimentos ricos em cálcio como espinafre, brócolis, linhaça, amêndoas, ou nozes e até a suplementação de cálcio quando indicado por um nutricionista.

Todas as doses de complexos vitamínicos e suplementações em geral devem ser orientados de forma individualizada por um profissional da saúde, após uma investigação sobre o paciente, seus hábitos e estilo de vida.

Publicado em: 7 de fevereiro de 2023 por
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